APRESENTAÇÃO DA OBRA «BURLA TAILANDESA» do jornalista angolano Paulo Sérgio. A obra narra aquela que é descrita como a maior tentativa de fraude em Angola, envolvendo cidadãos tailandeses, angolanos, canadiano e eritreu. Apresenta os meandros de um julgamento em torno de um cheque de 50 mil milhões de dólares, possibilitando assim uma ampla compreensão do percurso do país sob a batuta dos dirigentes e as consequências sociais e económicas.
E “o porquê”, a sua necessidade. Em que assenta a actividade jornalística, é exactamente a questão mais presente ao longo desta “Burla à Tailandesa”, narrando a mal sucedida aventura de um burlão, os seus sucessos junto das mais altas esferas militares e políticas angolanas, que, nota-se capítulo após capítulo, inquinam a actividade empresarial no nosso país. É aqui que reside a importância “académica” desta obra, mais do que uma longa reportagem jornalística, mais do que a narração dos meandros de um julgamento em torno de um cheque de cinquenta mil milhões de dólares, é o escancarar de pórticos para a compreensão mais ampla e absolutamente fundamental do percurso do país sob a batuta dos seus dirigentes e subsequentes consequências sociais e económicas. É um retrato daquilo que faz de Angola uma sociedade tão complexa que não consegue tirar partido de todo o seu potencial. A Angola dos nossos dias, que pode, afinal, ser encontrada e compreendida pelos olhos de um jornalista que reflecte sobre o que é capaz a espécie humana, posta à frente de grandes números de um numerário fictício, supostamente atinente às indestrutíveis e cheias de nada “Cavernas de Ali Babá”. Excerto do prefácio de José Kaliengue
VOZES DA RUA, DAS HISTORIAS QUE CONTAM OS MUROS
1º ENCONTRO DE ESCRITORES NIMBA 2021
“SILÊNCIO ENTRE DUAS NOTAS – A minha vida com o José Carlos Schwarz”. SINOPSE: Este romance autobiográfico dá a conhecer ao mundo quem é o José Carlos Schwarz. Na verdade, é um ensinamento e um contributo enorme em matéria de pensamento cultural e político defendido por uma das figuras mais marcantes e carismáticas da sociedade guineense. Faz revelações fascinantes e comoventes, surpreendentes até, uma capacidade impressionante que o Zé Carlos tinha em abordar vários temas e conseguir colocá-las em prol da causa revolucionária, política e cultural. A autora, Teresa Schwarz, viúva do malogrado, partilha aqui trechos da sua vida com o José Carlos Schwarz num diálogo aberto, franco e frontal. Uma obra enriquecida pelos seus feitos, encontros e desencontros onde o amor falou mais alto. INTERVENÇÃO DE TERESA SCHWARZ
“OS ARISTOCRATAS“. SINOPSE: Uma história de emigração que nos desafia a viajar pelos dramas – que liga e separa, o sonho de uma vida melhor com a dura realidade que este mesmo sonho desperta. Uma ficção carregada de leveza e de intensidade. Um misto de figuras de estilos e de modos de escrever que roçam a impunidade gramatical, sem, no entanto, pretender feri-la. Convida o leitor à uma viagem pelo seu imaginário, através de um olhar sereno sobre o drama da exploração sexual e das suas teias de influencias, e por esta via, iniciar um diálogo silencioso sobre a essência da reserva moral, o despertar das novas tecnologias, a influência das religiões, o dilema das raças, a arte da música, a dinâmica da escrita, o valor do património cultural, a psicanalise do xadrez e finalmente, o poder do dinheiro na edificação das classes sociais. Do Café Sofia na Cidade de Praia à Igreja de Nossa Senhora do Rosário na Cidade Velha. Da ilha de Luanda aos pântanos do Cuito Cuanavale. Da ópera de Copenhague à Medina de Dubai. Das montanhas de Panjshir ao deserto da Líbia. Lisy e Rafael, vêm-se envolvidos num enredo de contornos imprevisíveis. Lisy verá o seu sonho de emigrante finalmente realizado depois de deixar Mindelo, Praia e Cabo Verde? Encontrará em Luanda a promessa de uma vida melhor com que tanto sonhou? E o Rafael? … qual é a sua verdadeira história? um tenor de ópera? um consultor de monumentos? um conselheiro especial?…um agente da Igreja de Roma ou simplesmente um mestre em jogo de xadrez? INTERVENÇÃO DE IRENEU VAZ
“NÃO HAVIA TRÂNSITO” – SINOPSE: Há muito que a literatura guineense ansiava por uma obra inebriada de ousadia de nos fotografar a alma. Bebe das nossas singularidades – Esse Ser Colectivo – e nos amarra nos dramas abrigados na vida sobrevivida. Não havia trânsito apresenta-nos uma escrita despudorada, que faz, das palavras, linhas cosidas de um pano legós inundado de cores quentes, alegradas nos choros escondidos de um verdadeiro Contador de Estórias. ”Abdelaziz coloca, mais uma vez, o seu país e a sua cidade no mundo. Faz da literatura, um manifesto de existência. Diz “nós também desenhamos traços deste mundo”, numa escrita assumida, atrevida e humanista. Obriga-nos a decifrar os não-ditos, em ditos plenos de contemporaneidade, reveladores de obscuridades, silenciadas pelas vozes altas de uma cidade tranquilizada na intranquilidade das vivências que a adornam. (…) Prefácio de Dautarin da Costa. INTERVENÇÃO DE ABDELAZIZ VERA CRUZ
“SUBLIME OLHAR DA PAIXÃO” – SINOPSE: uma narrativa poética que transmite a essência da arte de escrever e de sentir. A autora quis partilhar com o leitor as várias fases da sua escrita que transcende o simples facto de sentir e de estar. São cerca de seis dezenas poesia narrada de forma simples, apaixonante e sublime. INTERVENÇÃO DE SÓNIA SILVA
“K654 – A REALIDADE DA SELVA HUMANA” – SINOPSE: Em junho de 2015 a polícia angolana deteve 13 defensores de direitos humanos quando estes participavam numa reunião onde se discutia o livro “From Dictatorship to Democracy” de Gene Sharp, professor norte-americano de ciências políticas da Universidade de Massachusetts Dartmouth, sobre a luta não-violenta contra os Governos repressivos. Dois dias depois, mais dois ativistas foram detidos. As autoridades também apresentaram acusação formal contra duas mulheres, ativistas de direitos humanos, mas não as detiveram. O grupo de defensores de direitos humanos ficou conhecido como o processo Angola 15+2. Osvaldo Kaholo, autor do presente livro, foi um dos detidos, é o único militar do processo. Foi amnistiado no ano seguinte, tal como outros ativistas, mas, de imediato, colocado na reserva, sem receber o salário a que tinha direito. Este é o seu testemunho e pensamento. INTERVENÇÃO DE OSVALDO KAHOLO
“ENTRE TANTO – Djumbai Poético” – Sinopse: Nota Editora (…) uma obra poética fabulosa e soberba, carregada de emoção, significado e alcance. Um sopro de ar fresco que acalenta a alma este misto de Crioulo e Português, numa conjugação perfeita e harmoniosa. (…) INTERVENÇÃO DE LUNA NOMAD & MUSSA SANI
“OS HOMENS TÊM MEDO DAS MULHERES INDEPENDENTES” – SINOPSE: O romance procura narrar o conceito da sociedade contemporânea, pelo menos no que se refere à mulher moderna e independente. A obra pretende enriquecer o debate sobre a relação entre o homem e a mulher. INTERVENÇÃO DE LUCIANO PEREIRA
“REFLEXOS DA CARTA SECRETA” – SINOPSE: O distinto escritor e pensador social, Leon Tolstoi, dizia que os mais fortes de todos os guerreiros são o Tempo e a Paciência. Veio-me à memória este pensamento ao ler a última das três primeiras obras do meu compatriota Samba Bari, “Reflexos da Carta Secreta – O caso 12 de Abril”, a chegar aos escaparates nas próximas semanas, depois de “Batalha dos Vivos” (2016), “A Guerra de Bissau” (2018), e dei comigo a questionar se a terra de Amílcar Cabral, a Guiné-Bissau, uma referência incontornável quando se fala dos processos de independência em Africa, ainda dispõe de tempo, paciência própria e se pode contar com os seus parceiros, quando a cada momento coludem atos de violência de vária ordem. Certo é que em muitas ocasiões, como alude o autor, seguindo outros estudiosos, se percebe que a comunidade internacional começa a dar sinais de impaciência e saturação perante tantos desaires ocorridos ao longo de quarenta e oito anos desde a proclamação do Estado. Prova recente é a forma displicente como ela (des)tratou o dossiê das últimas eleições presidências, repleta de irregularidades processuais, agravadas por uma intervenção militar, silenciando o governo e sitiando o Supremo Tribunal de Justiça, pela força das armas. Excerto do Prefácio de Tony Tcheka. INTERVENÇÃO DE SAMBA BARI