RUDIMENTOS DA LÍNGUA FULA

Uma obra de Augusto de Barros e António de Barros

Rudimentos da Língua Fula é, na realidade, o resultado de uma pesquisa linguística inédita que analisa e descreve detalhadamente a formação e classificação das palavras nos dialectos ou co-dialectos fulas falados na Guiné-Bissau. O livro documenta a língua fula tal como era falada e escrita na década de 50 do século XX usando alfabeto português.

O leitor que fala fula ou futa-fula, por um lado, ficará surpreso com a universalidade e contemporaneidade do vocabulário, grafia, estruturas de palavras e classes gramaticais. Por outro lado, terá agora essa ferramenta na sua posse para ensinar outras pessoas que, por razões migratórias, usam outros idiomas para a sua comunicação no dia a dia.

O conteúdo e a organização deste livro possibilitam ao leitor que não fala fula não só conhecer as suas peculiaridades, como também facilitar a sua aprendizagem para fins culturais ou promover os seus negócios nos países e regiões onde é falada.

É uma das únicas referências linguísticas ao idioma fula na Guiné-Bissau que pela sua originalidade e amplitude, é uma fonte inspiradora para estudos comparativos entre os dialectos ou co-dialectos fulas falados nas regiões de Braçungábé, Gabungábé, Boé e outras regiões de África, bem como para pesquisas no campo da linguística histórica, etnolinguística e antropolinguística para melhor compreender a relação entre cultura, cognição, diversidade de vocabulário e línguas fulas em uso.

Augusto de Barros

1 de Março de 1917 – 21 de Maio de 1969

Antigo Administrador do Concelho de Nova Lamego

Em homenagem ao amor e dedicação à sua família, bem como as obras que deixou no desempenho das suas funções e em particular durante os últimos vinte anos da sua carreira como Chefe de Posto de Pitche e Administrador de Concelho de Nova Lamego (Gabú) nas décadas de 1950 e 1960.

Anos após a morte do meu pai, em 21 de Maio de 1969, soube por minha mãe, sua esposa, Ana Ferreira de Barros, da existência do Volume I de um livro inacabado em língua fula, que ele intitulou “Rudimentos da Língua Fula” e escreveu no final da década 1950 enquanto Chefe de Posto de Pitche. Não foi possível resgatar as anotações das pesquisas posteriores que realizou no período compreendido entre 1960 e 1969 quando foi Administrador de Nova Lamego para melhorar o Volume I e escrever outros.

Augusto de Barros e sua esposa Ana Ferreira de Barros

Dactilografado numa máquina de escrever manual com accionamento mecânico dos anos 50, o seu livro contém ilustrações desenhadas à mão, fotografias em preto e branco. Foi conservado religiosamente no seio da família como uma relíquia.

Anos mais tarde, a meu pedido e anuência da minha mãe, fiquei com esta obra sob a minha custódia como lembrança do meu pai. Segundo as minhas recordações que foram devidamente corroboradas pela minha mãe, e  registos fotográficos, o meu pai levou-me consigo no famoso “Land Rover” e também de avioneta nas suas visitas às circunscrições sob o Concelho de Nova Lamego. Nessas andanças, lembro que era eu quem segurava o termo do café.

Na minha infância aprendi a falar fula e futa-fula com os meus colegas. No entanto, no diálogo que tinha com eles misturava palavras em fula e futa-fula. Ora bem, assim surgiu a minha intenção de publicar esta obra, mas sem a pretensão de vaidosa exibição, mas apenas pela vontade de não a manter na minha posse de forma egoísta e de não deixar esquecido no papel um trabalho de pesquisa linguística da década de 1950 que valoriza a cultura e o idioma fula.

A ideia de publicação deste livro nasceu da minha intenção de fazer uma singela homenagear ao meu pai por esta obra e sua contribuição para o desenvolvimento das comunidades de Gabú como um todo.

Considerando que os idiomas vivos evoluem com o tempo e o “habitat”, resolvi editar e verificar o conteúdo e o vocabulário para dar ao livro uma forma mais acabada. Como foi escrito numa máquina de escrever manual, transcorrido mais de meio século e dada a avançada deterioração do papel utilizado, para o tornar mais inteligível, foi totalmente reescrito. No entanto, todas as fotografias dos régulos, tabancas, acontecimentos históricos e, bem como as ilustrações a lápis de cor feitas pelo meu pai, foram digitalizadas e preservadas. A fonte das fotografias foi reconhecida e mantida, salvo nos casos em que as fotografias são de domínio público ou de autores desconhecidos. A maioria das fotos de domínio público são de https://pixabay.com/ .

Com os meus parcos conhecimentos linguísticos, fiz apenas pesquisas de comparação e validação de significados, grafia, estudo da forma, estrutura, formação e classificação das palavras na língua fula. Também efectuei uma revisão geral das classes gramaticais existentes no livro, como substantivos, artigos, adjectivos, pronomes, numerais, verbos e advérbios, além de um diminuto enriquecimento do vocabulário. Com as minhas modestas faculdades, a ajuda dos amigos e colegas que falam fula, muitas aturadas e extenuantes horas de trabalho, e meses de consultas, foi possível publicar este livro.

António Augusto de Jesus Ferreira de Barros, nascido em 17 de Setembro de 1958 em Pitche, Região de Gabú,  casado, pai de 4 filhos, é Profissional de Aviação Civil desde 1983, com uma carreira que atravessa as áreas de manutenção, engenharia e gestão de aviação civil e aeroportos.

Engenheiro licenciado em Telecomunicações no Instituto Superior Politécnico José António Echevería em Cuba, com equivalência de licenciatura em Engenharia Electrotécnica e Computadores obtida no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa e Mestrado em Administração na Universidade de Newcastle em Austrália. Possui acreditação de Profissional Internacional de Aviação emitida pela ICAO e ACI, especialização em sistemas de comunicação aeronáutica, rádio ajudas à navegação aérea, tendo estudado em Cuba, Espanha, Inglaterra, México, Universidade de McGill e Instituto Internacional de Formação em Gestão aeronáutica no Canada, completando vários cursos, nomeadamente gestão de manutenção, gestão da aviação e de aeroportos de nível profissional, intermédio e superior.

António Augusto de Jesus Ferreira iniciou a sua carreira profissional em 1983. Foi responsável pelos serviços técnicos da Autoridade da Aviação Civil e Director Geral da Empresa Nacional dos Aeroportos da Guiné-Bissau (ENAG-ep) antes de 1995, data em que rumou a Macau para integrar a equipa inicial do Aeroporto Internacional de Macau onde foi sucessivamente responsável pelo sector das Telecomunicações e Radio-Ajudas à Navegação Aérea, pela área de Engenharia e Manutenção, Subdirector Operacional , Director do Aeroporto Internacional Macau e Assessor do Departamento de Operações Aeroportuárias da Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau S.A.R.L.

Para compra ou encomenda de livros, preencha o formulário em baixo!

Nimba Edições, a sua editora de referência.

#enimba

#nimbedições

#nimbartgallery

#marcadornimba

#passaportedeartenimba

A obra já se encontra disponível podendo ser adquirido através do email: nimba.edicoes@gmail.com

Os comentários estão fechados.

Site no WordPress.com.

EM CIMA ↑